O espetáculo ‘Tela Azul’, da Márcio Cunha Dança Contemporânea, se propõe a
trazer uma reflexão sobre os ciclos da natureza e da vida humana tendo como
instrumento de criação a vida e as obras de Taizi
Harada, pintor japonês contemporâneo de arte naïf.
Taizi é um pintor portador da poliomielite
que na sua infância morou nas altas terras do Japão. Imobilizado numa cadeira
de rodas, observava atentamente com seus olhinhos infantis a aldeia que ficava
no vale a se transformar a cada estação. Em busca da contemplação, poesia e
ligação com a natureza apontadas nas obras de Taizi, Márcio Cunha estuda o caminho intuitivo do mesmo,
investigando a natureza do tempo e a ligação do movimento com os estados
emocionais do ser humano.
Sem início nem fim, Tela Azul é um
recorte na repetição cíclica das estações, uma grande tela a ser pintado pelos
bailarinos que colorem a cena e texturizam o palco com sensações através do
movimento. Para o coreógrafo Márcio Cunha, se trata de um espetáculo sensorial
baseado nas impressões do mundo, que ganha vida nos corpos dos intérpretes,
propondo assim, redimensionar o espaço, mudando a relação do homem com o tempo.
Delicadeza e feminilidade são formas
concretas de expressão do movimento que obrigam ao espectador aproximar o olhar
e ver os pequenos detalhes que compõem o quadro. Com uma forte preocupação
topográfica que dá contorno às estações, ‘Tela
Azul’ vai revelando novos espaços que, conjugados às dinâmicas impressas na
movimentação dos intérpretes, vão dando volume e densidade às cenas.
Ano de estreia: 2008.
Ano de estreia: 2008.
Concepção e Direção:
Marcio Cunha
Figurino: Ricardo Soares
Intérpretes-bailarinos:
Flora Mariah, Márcio Cunha, Renata Reinheimer e Rosana Seager.